Caro
leitor, já ouviste alguém dizer que o livro é um amigo silencioso que nos
ensina a viver e satisfaz a nossa sede de conhecimento? Eu concordo com isso,
mas vou contar-vos uma história que prova que ler um livro é também uma aventura.
Certo dia fui a uma pequena aldeia no
interior do país. Lá viviam apenas vinte pessoas, por isso a aldeia estava
quase deserta. Vi um velho edifício que tinha um letreiro a dizer “Biblioteca”,
por curiosidade decidi entrar. Tomava conta da biblioteca um velho
bibliotecário com longas barbas brancas.
Eu
observava a imensidão de livros que existiam naquele lugar. O velho de barbas
brancas apontou para um livro e recomendou-me:
- Lê aquele, vais ter uma surpresa!
Peguei no livro e reparei que era sobre
piratas e corsários. Entretanto o velho disse-me:
- Vou deixar-te a sós com a tua leitura.
- Ok. – respondi, estranhando aquele
comentário.
Depois dele sair, como por magia,
a porta trancou-se, o livro abriu-se e dele saiu um portal mágico, que me puxou
para dentro do mesmo.
De repente reparei que estava num barco,
uma Carraca Inglesa. Reparei também que tinha mudado de roupa e estava armado
com um sabre de honra, entregue somente aos altos postos do exército. Então
pude observar um homem que parecia capitão.
Ele estava vestido com um casaco vermelho e uma camisa branca, tal como
eu, também tinha um sabre de honra e
várias medalhas. O cabelo era loiro, os olhos tinham a cor e o brilho de uma
esmeralda. Chegou um soldado e disse-me, preocupado:
- Tenente, corremos o risco iminente de um
ataque pirata!
- Carreguem os canhões! – respondi.
Os soldados cumpriram as minhas ordens. Mas
rapidamente os piratas atacaram. Dei-lhes as boas vindas com balas de canhão.
Alguns deles morreram e, além disso, neutralizamos os seus canhões, mas ficamos
sem balas. Os piratas atacaram com o que lhes restava e puseram a arder o nosso
barco. Durante esse fogo letal, os nossos homens levavam uma ligeira vantagem.
O
pirata Sandokan, conhecido como “Tigre dos Mares” pelas pessoas que matava a
soldo, lutou comigo e o pirata Barba Azul conhecido pelo “ Senhor dos Mares ”
pelos seus saques, lutou com o capitão do navio. O capitão ganhou com alguma facilidade, mas eu não. Tinha uma espada
espetada no estômago e Sandokan tinha um facalhão e estava prestes a cortar-me
a cabeça. O chefe pegou numa arma de um companheiro morto e disparou contra Sandokan. Ele, ferido
mortalmente, pensava como era possível ele e seus homens terem sido derrotados.
Depois caiu morto.
O capitão reuniu os sobreviventes e meteu-os nos três
botes que restavam, mesmo a tempo, porque segundos após a nossa partida, o
navio afundou devido ao fogo.
Como
estávamos perto da costa fui operado a tempo. Perguntei ao capitão:
- Como
te chamas?
- Chamam-me Nuno.
- Fico-te a dever uma.
Ele de seguida perguntou-me:
-
Qual o teu nome?
- O
meu nome é Rui.
Mais tarde minha mãe veio chamar por
mim. Apercebi-me que estava na minha
cama. Quando contei a história à minha família todos me disseram que foi um
sonho, mas eu discordo. E tu, caro leitor, que te parece?
Rui
Ramos, nº 20, 7º A
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