Descobre...


Retomamos a rubrica «Descobre…»,interrompida por motivos de actualização dos trabalhos no seio da Biblioteca.
O autor da última sessão era Francisco Adolfo Coelho. A informação usada para orientar o trabalho de pesquisa dos participantes foi retirada de:
Adolfo Coelho. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-04-07]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$adolfo-coelho.
Parabéns à Diana Lemos do 6º B, à Juliana Santos do 6ºD e à Marta Silva do 8º B que descobriram o nosso autor «misterioso».
Ficam aqui outros endereços com informação adicional sobre autores sugeridos pelas participantes:

Obrigado, meninas!
Proposta para as seguintes semanas:
Género: Literatura Infanto-juvenil

Nasceu a 20 de Junho de 1921, em Faro.
Aí estudou até ao 6º ano do Liceu (corresponde, hoje, ao 10º ano de escolaridade).
A partir de 1937 passou a viver em Lisboa, onde obteve a licenciatura em Ciências Matemáticas na Universidade de Lisboa.
Pertenceu ao primeiro curso de meteorologistas portugueses, e ingressou no Serviço Meteorológico Nacional no seu início, em 1946.
O seu trabalho levou-o aos Açores, onde ficou durante dois anos, a Moçambique (6 anos) e ainda a Timor-Leste (2 anos).
Desde muito novo colaborou em vários jornais e revistas, tendo publicado o seu primeiro livro de poemas em 1940.
Só após os 50 anos se dedicou à literatura para jovens; veio a falecer em Odiáxere, perto de Lagos, em 1996.
Deixou uma vasta obra - sobretudo de literatura juvenil - tendo publicado, entre muitos outros:

O livrinho dos macacos, poemas e um conto, Livros Horizonte, 1987;
Uma dúzia de adivinhas, poemas, Livros Horizonte, 1981;
João Careca, mestre detective, contos, Livros Horizonte, 1984;
O mistério do quarto bem fechado, 1985.

Bom trabalho!
A Equipa da BE/CRE

Comentários

  1. O Autor mistério das próximas semanas chama-se Leonel Neves.

    Links:
    http://guida.querido.net/autor.htm
    http://www.wook.pt/authors/detail/id/1166

    Marta Silva Nº21 8ºB.

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  2. O autor das próximas semanas é:
    _Leonel Neves.
    Descobri em:
    http://www.wook.pt/authors/detail/id/1166.
    Diana Lemos nº12 6ºB

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  3. Diana Lemos nº12 6ºb24 de maio de 2011 às 13:12

    Aqui fica um poema de Leonel Neves, retirad de http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/v223.txt:
    UM ROMANCE DE REGRESSO

    Vindo do Mundo Perdido,
    Mau-Máli foi à Missão,
    por acaso ou a pedido
    ensinar sua lição,
    fazer o que em qualquer parte
    faria como artesão:
    trabalhar na sua arte
    de bonecos de latão.

    Depois, ou por ter gostado
    desta ou daquela oração,
    ou por ter-se enamorado
    de algum Cristo de latão,
    fosse lá pelo que fosse,
    Mau-Máli fez-se cristão,
    dentro e fora baptizou-se,
    Mau-Máli virou João.
    E, como João, guardou
    dentro do seu coração
    não palavras que escutou
    mas toda a sua intenção.

    Pecados mortais e tudo
    ouviu com muita atenção...
    mas, guerreiro sobretudo,
    que lá matar, isso não!

    Tendo assim acontecido,
    dada e tomada a lição,
    voltou ao Mundo Perdido,
    não Mau-Máli, mas João.
    E a mulher barlaqueada
    com Mau-Máli artesão
    já com outro tinha aramada
    sua esteira de traição.

    Um timor que assim se engana
    sabe a sua obrigação,
    a que só uma catana
    pode dar satisfação.
    Uma adúltera confessa
    merece tanto perdão
    como o outro: sem cabeça,
    o seu crime pagarão.
    Mas o que Mau-Máli sabe,
    o que manda a tradição,
    é coisa que já não cabe
    na cabeça de João.

    Poderia esquecer tudo,
    Cristo, baptismo, oração,
    mas lembra-se sobretudo
    que lá matar, isso não!

    Ora já foi cumprido
    o seu tempo na Missão,
    já só no Mundo Perdido
    há bonecos de latão,
    não há lugar onde ponha
    sua vida de artesão.
    Sem lavar sua vergonha
    como há-de viver João?
    Por isso decapitou-se
    com um só golpe de mão.

    Mas... João suicidou-se?
    - Mau-Máli matou João!

    Leonel Neves

    (In Memória de Timor-Leste,
    Pedra Formosa, Edições, Lda, 1997
    ISBN 972-8118-15-5)

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  4. Aqui fica mais um poema de Leonel Neves:


    LEMBRANÇA DA SEGUNDA GRANDE GUERRA

    Uma manhã chegou a guerra. Do Japão.
    Veio e aqui ficou talvez dois ou três anos.
    De japoneses havia uma divisão;
    julgo que só trezentos, dos australianos.

    Como eram poucos, eram bons. Os outros, não:
    mataram-me vizinhos, o meu pai, dois manos.
    O meu homem fugiu e ajudou no Subão
    dois loiros a afogar cem dos mais desumanos.

    Naquela noite, entrou-me em casa uma baioneta.
    Um soldado amarelo e súbito agarrou-me
    - eu estava sozinha - e deitou-me depressa.

    Deixei-o possuir-me, silenciosa e quieta;
    e, quando adormeceu, sem perguntar-me o nome,
    peguei numa catana e cortei-lhe a cabeça.

    Leonel Neves

    (In Memória de Timor-Leste,
    Pedra Formosa, Edições, Lda, 1997
    ISBN 972-8118-15-5)
    Retirado de:http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/v235.txt
    b


    Diana Lemos nº12 6ºB

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