Hoje, dia 21 de Março, primeiro dia da Primavera, é celebrado o Dia Mundial da Poesia. A comemoração, criada na XXX Conferência Geral da UNESCO, em 16 de Novembro de 1999, tem como objectivo promover a leitura, escrita, publicação e ensino da poesia através do mundo.
Talvez não tenha sido escolhida por acaso esta data. A Primavera marca uma nova etapa no ano e no ciclo da vida. Toda a natureza como que se ergue do torpor de um descanso profundo em explosões de cores, movimentos, melodias e odores. Todo o ambiente fala, canta... comunica , em fim, as maravilhas que a misteriosa força da vida faz erguer das entranhas da mãe natureza prolongando a existência dos seres.
De igual modo, toda a inspiração do poeta é também fruto de uma nova energia, um novo alento...da necessidade de partilhar as transformações dos seus sentimentos e vivências em versos, ou de angustia, ou de alegria ou de sapiência, e secularizar essa capacidade de sentir que distingue o Homem dos demais seres.
Viva o Dia Mundial da Poesia!
Vivamos intensamente a Primavera!
Canção de Primavera
Eu, dar flor, já não dou. Mas vós, ó flores,
Pois que Maio chegou,
Revesti-o de clâmides de cores!
Que eu, dar, flor, já não dou.
Eu, cantar, já não canto. Mas vós, aves,
Acordai desse azul, calado há tanto,
As infinitas naves!
Que eu, cantar, já não canto.
Eu, Invernos e Outonos recalcados
Regelaram meu ser neste arrepio...
Aquece tu, ó sol, jardins e prados!
Que eu, é de mim o frio.
Eu, Maio, já não tenho. Mas tu, Maio,
Vem com tua paixão,
Prostrar a terra em cálido desmaio!
Que eu, ter Maio, já não.
Que eu, dar flor, já não dou; cantar, não canto;
Ter sol, não tenho; e amar...
Mas, se não amo,
Como é que, Maio em flor, te chamo tanto,
E não por mim assim te chamo?
Eu, dar flor, já não dou. Mas vós, ó flores,
Pois que Maio chegou,
Revesti-o de clâmides de cores!
Que eu, dar, flor, já não dou.
Eu, cantar, já não canto. Mas vós, aves,
Acordai desse azul, calado há tanto,
As infinitas naves!
Que eu, cantar, já não canto.
Eu, Invernos e Outonos recalcados
Regelaram meu ser neste arrepio...
Aquece tu, ó sol, jardins e prados!
Que eu, é de mim o frio.
Eu, Maio, já não tenho. Mas tu, Maio,
Vem com tua paixão,
Prostrar a terra em cálido desmaio!
Que eu, ter Maio, já não.
Que eu, dar flor, já não dou; cantar, não canto;
Ter sol, não tenho; e amar...
Mas, se não amo,
Como é que, Maio em flor, te chamo tanto,
E não por mim assim te chamo?
José Régio, Filho do Homem
A Equipa da BE/CRE
Bibliografia:
Dia Mundial da Poesia. In Wikipédia. [Consult. 2011-03-21]. Disponível na www: <URL: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Mundial_da_Poesia
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