Aproximámo-nos a passos largos do período espectacularmente mais festivo do ano – O Carnaval. É uma época que antecede os 40 dias que constituem a Quaresma. Tudo (ou quase tudo) é permitido. As pessoas saem à rua envergando máscaras que ocultam a sua identidade, vestindo trajes que escondem a sua personalidade e tomando atitudes muito diferentes das que são, geralmente, socialmente aceites.
O Carnaval, como o conhecemos hoje, tem a duração de três dias, com início no Domingo (conhecido por Domingo Gordo) e fim na Terça-feira imediatamente a seguir (também designada de Terça-feira Gorda). A quarta-feira seguinte, denominada Quarta-feira de Cinzas ou Entrudo (do latim, introitus, que significa entrada), simboliza a entrada no período da Quaresma, que antecede a Páscoa.
Não existe consenso quanto à origem da palavra. Há quem defenda que a palavra Carnaval deriva da expressão carne vale (adeus carne!) ou de carne levamen (supressão da carne). Esta interpretação da origem etimológica da palavra leva-nos, indubitavelmente, para o início do período da Quaresma, uma pausa de 40 dias nos excessos cometidos durante o ano, excessos esses que incluem, segundo a religião católica, a alimentação. Assim, a Quaresma era, na sua origem, não apenas um período de reflexão espiritual como também uma época de privação de certos alimentos como a carne.
Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que esta derive de currus navalis, expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do começo da Primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco, tanto na Grécia como em Roma e, posteriormente, entre os Teutões.
De qualquer forma, seja qual for a origem da palavra Carnaval, a verdade é que o seu conceito se fundiu completamente na sociedade. “Brincar ao Carnaval” é já uma tradição que poucos dispensam!
Em Portugal, a quadra é vivida de forma efusiva. Em muitos casos, os corsos carnavalescos, acompanhados pelos quentes e loucos ritmos latinos (samba, especialmente), aproximam-se dos festejos brasileiros (Ovar, Mealhada, Madeira, etc), no entanto, existem ainda os festejos tipicamente portugueses: pequenos grupos organizados que trajam indumentárias feitas de trapinhos multicolores ou palha e máscaras algo místicas e assustadoras (os Caretos, os diabos do dia da Morte e do Diabo, as Comadres e os Compadres), desfiles de lavradores com carros de bois decorados e queimas de bonecos de palha (celebração do Enterro do Pai Velho) e espectáculos teatrais com rimas alusivas à realidade política e social vigente, acompanhadas com música e dança (os Bailinhos, na Ilha Terceira).
Embora os gigantones e os cabeçudos marque presença em manifestações festivas e romarias ao longo do ano, são também figuras indispensáveis na maioria dos corsos que se realizam um pouco por todo o país, dotando-os de um registo tradicional muito singular.
Rendamos homenagem ao nosso carnaval mais tradicional com este pequeno filme, musicado com a voz do saudoso Zeca Afonso.
A Equipa da BE/CRE
Bibliografia:
Entrudo em português - Caretos, Pai Velho e o Diabo à solta. In Café Portugal [Consult. 2011-03-01]. Disponível na www:<URL: http://www.cafeportugal.net/pages/dossier_artigo.aspx?id=1666>
Portal da Educação. (Consult. 2011-03-02]. Disponível na www:<URL: http://www.educare.pt>
Carnaval - Origem Etimológica. In Curiosidades da História. Escola EB 2,3 D. Pedro IV: Queluz [Consult. 2011-03-02]. Disponível na www: <URL:
Comentários
Enviar um comentário